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Marca das criações e trabalhos de Manoel Nerys

quinta-feira, 13 de junho de 2024

BIOGRAFIA, VIDA E OBRA DE MANOEL NERYS DE ALMEIDA

VIDA E OBRA DE MANOEL NERYS DE ALMEIDA 

 

Origem

No dia 24 de maio do ano 1976, nasce Manoel Nerys de Almeida, no município de Tapauá no Rio Purus, interior do estado do Amazonas. Filho de caboclos ribeirinhos, seu pai Francisco Chagas de Almeida, seringueiro, agricultor e carpinteiro e sua mãe Terezinha Nerys de Almeida, agricultora, uma mulher de alma pura como a beleza das flores e o brilho das estrelas no olhar. É o quarto filho do casal Chaguinha e Terezinha que ao todo tiveram oito filhos, cinco homens e três mulheres. Em 1979 o casal com seus cinco filhos, até então, se mudam da cidade de Tapauá em direção ao território de Manacapuru. Manoel tinha 3 anos de idade.  

Em Manacapuru, fincam sua 1ª morada na Costa do Canabuoca, nas propriedades do Senhor Paulo Campelo área rural do município. Hoje nesta localidade fica a comunidade católica de São Francisco de Assis. Estando naquele lugar apenas até o ano de 1981, pois no verão do dia 25 de agosto, mais uma vez toda a família embarca para mais uma viagem de mudança aportando num lugar aprazível, um recanto natural, no lago do Miriti onde hoje fica o Paraíso D’ ngelo. 

 

Infância.  

Passou parte de sua infância tomando banho de cuia nas margens do Miriti, com seus irmãos brincando de ser caçador, pescador, mateiro, ouvindo as histórias da cobra grande e das visagens daquele universo mágico da beiro do rio, enquanto observava o pai que se dedicava ao artesanato utilitário como carpinteiro, o que foi, de maneira inconsciente, onde lhe ocorreu seus primeiros contatos com expressões da arte. Cresceu como um legítimo filho das terras de Manacá.  

A partir de 1983 a família ganhou novos membros. Dava início a chegada das mulheres suas irmãs, foram três já nascidas em Manacapuru. Em 03 de junho de 1999, selou seu matrimonio com Cibélia Tavares de Souza, uma jovem professora, que o encantara com sua exótica beleza negra, com quem tem um filho o Thiago Souza de Almeida. Anos mais tarde a vida lhe traz uma linda e amável surpresa, uma filha adotiva, sua sobrinha a Eloísa Vitória Tavares de Almeida que passa a fazer parte do seu núcleo familiar e o xodó da casa. 

3. FORMAÇÃO 

Manoel Nerys (assim passou a se identificar) é graduado na Escola Normal Superior pela Universidade de Estado do Amazonas, e especializou-se em Teologia Pastoral pelo ITEPES em curso de férias na diocese de Coari. 

Fez curso técnico em serigrafia pelo programa RENDAMAIS do governo do estado no ano de 1999. 

Além da formação familiar, teve encontros decisivos na sua vida que o influenciaram definitivamente como cristão e como artista do nosso tempo nos congressos e festivais de música e arte da Pastoral da Juventude na Prelazia de Coari o chamado CONFEST. Como primícias, tem o rigor de ir buscar as origens e tradições tanto da própria fé quanto do povo brasileiro em especial atenção aos povos da Amazônia. Um pesquisador laico, apoia-se na experiência dos Santos Padres da Igreja, na riqueza do rito ocidental e nas expressões artísticas latino-americana. 

Para Manoel Nerys, os três grandes alicerces de sua obra são: 

A arte e a fé cristã: De família tradicionalmente católica, Manoel Nerys logo iniciou sua caminhada em grupos de catequese na comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, na periferia de Manacapuru lá também ingressou bem cedo no grupo de jovens JUCRIS da Pastoral da Juventude, de onde em muitos aspectos construiu seu jeito de pensar e agir. Suas letras em que compõe, dizem muito dessa realidade pastoral.  

O pastoralismo: Militante da Pastoral da Juventude teve intensa formação para assessoria técnica pela Paróquia Nossa Senhora de Nazaré na Diocese de Coari/Am, onde fez sua militância na instância paroquial e dedicou grande parte do seu tempo a assessoria dos grupos de juventude da paróquia Nossa Senhora de Nazaré, contribuindo de forma efetiva também na ação pastoral da Diocese de Coari. Foi neste ambiente que sua formação espiritual-litúrgica e artística se consolidou. Na área das artes plásticas segue como admirador dos autores progressistas da linha da TL. 

O Concílio Ecumênico Vaticano II: o artista se considera fruto deste movimento que trouxe novos ares à Igreja. Com o lema “Uma volta às fontes” – Ad fonts (Doc. Perfectae Caritatis, n. 2 – 28/10/1965), o Cristo volta a tornar-se a presença e o centro de toda a Igreja e a Palavra era redescoberta e deveria questionar e plasmar a vida do cristão e da comunidade. 

Grande admirador e seguidor de Claudio Pastro, Manoel Nerys se inspira nos traços, nas cores e no estilo iconográfico expressado nas linhas dos livros publicados desse grande mestre, redescobrindo temas que trouxeram à tona os conceitos de Imagem, Espaço Sagrado, e sobretudo, Arte e Beleza, em concordância com os documentos do Concílio Vaticano II. 

 

4. PROFISSÃO 

Trabalhou, em seu primeiro emprego, como artista plástico na área de serigrafia pela DISBEM, empresa representante dos produtos da Antártica em Manacapuru no ano de 2000. Depois, logo em seguida, atuou como professor da EJA pela Secretaria de Educação do Município durante o período de quatro anos. No ano de 2006 recebeu um chamado para ajudar na equipe ribeirinha da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, antiga Pastoral Rural. O convite foi feito pelo então, Reverendíssimo Senhor Pe. Zenildo Luiz CSsR, pároco na época, (atual Bispo da Prelazia Borba/Am) para ajudar a ilustríssima senhora Dolores, que atuava sozinha como funcionária leiga no atendimento às comunidades Rurais da Paróquia. Na companhia de Dolores trabalhou de 2006 a 2010 quando esta aposentou-se por tempo de serviço. Daí por diante Manoel assumiu efetivamente o comando dos trabalhos das comunidades da Zona Rural, ganhando uma notória e expressiva liderança entre os leigos dessas comunidades. Numa segunda-feira, 15 de junho de 2019 depois de 13 anos de trabalho, Manoel se despediu do quadro de funcionários da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré para assumir novamente a função de professor do magistério pela SEDUC/Am. Atualmente então, está lotado como professor de ciclo na Escola Estadual de Ensino Fundamental Leopoldo Neves. 

 

5. Primeiras manifestações de interesses pela pintura.  

 

Desde muito pequeno descobriu o dom de desenhar, na escola primária já fazia a diferença com seus desenhos escolares que chamavam atenção de colegas e professores. Gostava de desenhar personagens e super-heróis dos desenhos animados da TV, como He-Man, Super-Man, Batiman, os Thundercats eram seus preferidos. Descobriu o manejo de pincel e tinta de modo bem inusitado. Certa vez viu seu pai produzir pincel de uma espécie de capim popularmente conhecido como “capim navalha”, para passar piche de vedação numa canoa. Daí teve a ideia de fazer seu pincel e também produzir tinta de argila colorida. Deixou uma tábua dos restos de madeira de seu pai bem colorida de tinta de barro. Foi o seu treinamento no trato com pincel e tinta. 

 

 

Figura 1 Capim Navalha 

 Aos 12 anos já garantia o dinheiro de seu lanche da escola fazendo trabalhos de pintura escolar sob encomenda. No ano de 2004 foi um marco na sua carreira, quando começou em parceria com o também artista plástico o Chiquinho D’Almeida a organizar trabalhos para uma exposição de arte, que deu origem a uma produção rica e diversificada. A exposição aconteceu em 2005 na galeria do SESC restauração em parceria com SESC, Secretaria de Cultura do Munícipio e o apoio da paróquia Nossa Senhora de Nazaré. 

 

6. SUA PRODUÇÃO ARTÍSTICA 

Quando criança também, brincava de tocar em um instrumento de corda feito de lata de goiabada que seu pai fazia. Aprendeu a tocar e cantar na igreja acompanhando os cantos litúrgicos e animando encontros da juventude. Foi o caminho inicial para se tornar um dos mais conceituados "letrista da música regional cristão" da Amazônia.  

7. Enveredou com afinco um caminho da arte fonográfica, com a música e fez desta modalidade a sua maior expressão; lançou um álbum independente com estilo alternativo em 2009. São de sua autoria os alegres hinos “Nossa Vida é Missão”, também conhecido como Hino missionário Amazônico e “Rotina Ribeirinha” que misturam o teor da música cristã com o regionalismo que é marca de sua obra. 

 

São obras musicais de sua autoria:  

Álbum Nossa vida é Missão, CD, gravadora DM studio com 13 faixas, Manacapuru (2009) 

01-Bicho Homem, 02-Destino Azul, 03-A Devida Dívida, 04-Nossa Vida é Missão, 05Primavera sem Flores, 06-Irmão Amigo, 07- Leigos do Povo, 08- Mãe de Nazaré, 09- Resposta do Amor, 10- O Retorno, 11- Manacá, 12-Canoeiro, 13- Rotina Ribeirinha. 

 

Álbum Missa Ribeirinha, CD, Studio: Max Studio, 17 faixas, Manaus (2019) 

Lançado em parceria com o Sandro Duda (missionário redentorista) e Erica Silva. Letras e melodias feitas em parceiras e gravados nas vozes individuais cada faixa. 

Na Assembleia Regional da CNBB em 2016, Manoel Nerys foi citado como "o primeiro cantador de expressão regional da missão local da igreja da Amazônia" pois até pouco tempo atrás, só se tinha composições relativas à missão da igreja vindas de outros estados e regiões. 


2. Obras Plásticas  

• Mãe índia, óleo sobre tela; 60x80cm - realismo contemporâneo (2005) 

• A canoa empanemada, óleo sobre tela; 90x1,20cm - impressionismo (2005) 

Gorugel (Bicho Papão), óleo sobre tela; 60x80cm (2005) 

Sororoquinha amarela, óleo sobre tela; 45x60cm (2005) 

O Boto, óleo sobre tela; 60x80cm realismo contemporâneo (2005) 

Mãe Ribeirinha, óleo sobre tela; 60x80cm (2005) 

Trindade Santa, óleo sobre tela; 60x45cm (2004) 

Inculturação, óleo sobre tela; 60x80cm (2005) 

O crucificado, óleo sobre tela; 60x80cm (2005) 

O Altar canoa, óleo sobre tela; 60x80cm (2014) 

Canoa de vela, óleo sobre tela; 50x40cm (2004) 

Arte Ordenação Padre Raimundo Gordiano, painel acrílico sobre tela, 5x6m (30/10/2004,) 

A lenda da Vitória Régia, óleo sobre tela; 60x80cm (2005) 

Índia tocando violão, acrílica sobre tela; 60x80cm (2006) 

Paisagem amazônica, óleo sobre tela; 60x80cm (2008) 

Preciosíssimo Coração, óleo sobre tela; 60x80cm (2008) 

O pescador, óleo sobre tela; 60x80cm (2008) 

Réplica do quadro Nossa Senhora do perpétuo Socorro, acrílico sobre tela; 60x80cm (2009) 

Paisagem amazônica, Miriti, óleo sobre tela; 60x80cm (2009) 

Paisagem amazônica, óleo sobre tela; 80x80cm (30/10/2009) 

Paisagem amazônica, óleo sobre tela; 60x80cm (05/12/2009) 

São Francisco de Assis, mista óleo e acrilico sobre tela; 80x100cm (2010) 

Painel litúrgico, Igreja Nossa Senhora de Fátima, semi brilho12x2,50m (2017) 

Santíssimo Redentor, painel, presbitério da capela na casa de formação Redentorista São Lazaro, Manaus-Am. 200x250cm (2019) 

Painel litúrgico, presbitério da Igreja Nossa Senhora do P. Socorro, semi brilho15x4m (2019)

 

 

3. temática(s) predominante(s) nas obras 

1. O trabalho de Manoel Nerys como artista sacro e secular, transita, nos diversos gêneros da pintura - retrato, natureza-morta, paisagem etc. A pintura de gênero que faz referência às representações da vida cotidiana, do mundo do trabalho e dos espaços domésticos, é a marca predominante do seu fazer artístico não somente nas artes plásticas como também na música.  

 

4. exposições e eventos nos quais expôs 

Exposição de Arte plástica: “Caminhos de Rio”, no galeria café do SESC Restauração, Manacapuru.Am (2005). 

Exposição de Arte plástica: na Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré, Manacapuru.Am (2006). 

Exposição de Arte plástica: no Salão da casa de Retiro Laura Vicuña, Manaus.Am (2010). 

Exposição de Arte plástica: na galeria do SENAC, Manacapuru.Am (03.04.2014). 

 

5. Lugares (públicos ou particulares) onde encontram-se algum(uns) de seus trabalhos 

Suas obras estão espalhadas em coleções particulares e em entidades como Cúria Diocesana de Coari, Cidade de Coari, Casa Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, Sede dos Sindicatos dos Professores do Município de Mancapuru-Am; 

Escritório Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré em Manacapuru; Propriedade do senhor Moisés Aguiar, ManacapuruAm;

Casa das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo em Manacapuru-Am; 

Demais obras perdeu⁻se o destino, compradores anônimos fizeram aquisição sem registros o que impossibilita se saber a localização das mesmas. 

  

5. Selecionar no mínimo três e no máximo cinco obras para constar de sua biografia.  

 

Figura 2 Exposição no SENAC Manacapuru (2014) 

 

Figura 3 Trindade Santa, óleo sobre tela(2005) 

 

Figura 4 Preciosíssimo coração,óleo sobre tela(2009) 

 

Figura 5 Mãe índia, óleo sobre tela(2005) 

 

Figura 6 A canoa empanemada, óleo sobre tela(2005) 

 

Figura 7 India tocando violão, acrílico sobre tela(2008) 

 

Figura 8 Mãe Ribeirinha, óleo sobre tela(2005) 

 

Figura 9 Exposição no SENAC Manacapuru (2014)  

 

 

Figura 10 Pintura vitral, O Cordeiro Pascal(2019) Presbitério da Igreja Nossa S. do P. Socorro. 

 

 

 

Figura 11 Pintura do Presbitério da Igreja Nossa S. do P. Socorro. 

 

 

 

Figura 12 Pintura de vitral, O Cordeiro Pascal(2019) Presbitério da Igreja Nossa S. do P. Socorro. 



Figura 13- Painel Cristo na sinagoga, capela Viva Memória, Igreja Perpétuo Socorro, no Educandos, Manaus.


Figura 14- Arte Gráfica Cristo aponta para a Amazôni

a, estampada numa bolsa de algodão, entregue nas mãos do Pontífice Papa Francisco, no Vaticano, junho de 2024.



sexta-feira, 7 de junho de 2024

A Arte amazônica de Manoel Nerys, um presente entregue ao Papa Francisco.


Durante uma audiência na manhã de segunda-feira, 3 de junho, no Vaticano, Roma, as presidências, secretarias executivas e assessores da CEAMA e REPAM foram recebidos pelo Papa Francisco, em um encontro histórico e significativo. Esta é a primeira reunião oficial entre o pontífice e essas organizações sociais que atuam no nosso território amazônico. E como presentes simbólicos, representando a nossa amazoneidade, foram entregues presentes ao Pontífice, entre os presentes está uma bolsa de algodão que traz uma estampa com o título" Cristo aponta para a Amazônia". 








A ilustração é uma obra em arte gráfica do Artista Manoel Nerys. "A sua composição, traz o Cristo com traços indígenas num gesto de indicação para uma direção, a Amazônia; uma casa palafita, tipo de moradia tradicional da região das beiras dos Rios Amazônicos feita de madeira, com assoalho bem alto com relação ao nível do chão, por causa das enchentes. Rostos das populações que habitam a região formando um mosaico de cores e formas, que expressam a diversidade dos povos com suas diversas culturas. A arte contempla também a biodiversidade da fauna e Flora do nosso bioma amazônico nas plantas que adornam o desenho. Uma cruz corta o desenho e dela brota ramos verdes, ilustra a fé de um povo que crê em Deus Paí Criador do céu e da terra, que ama a ponto de dar a própria vida pelos seus filhos, no seu filho." (O autor).

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A CONSTRUÇÃO DA LOGO DOS 160 ANOS PARÓQUIA N. S. DE NAZARÉ MPU

EXPLICAÇÃO DA LOGO PARA O JUBILEU DE 160 ANOS DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ – MANACAPURU – DIOCESE DE COARI AM.

Por Manoel Nerys



Os elementos simbólicos que compõem o desenho querem trazer presentes alguns elementos identitários da história da nossa Paróquia nesses 160 anos:

A imagem no todo apresenta a figura da elevação do Pão Eucarístico a hóstia consagrada, erguida por sobre o horizonte da Palavra, como um Sol Nascente, para lembrar que a Igreja nasce e vive por causa da celebração da memória pascal de Cristo. Como o Papa João Paulo II, afirmou que “a Eucaristia é o sacramento da Igreja que constrói a Igreja”. (JOÃO PAULO II. Dies Domini 1998).

O numero 160 na base. É o ano, tempo.

- A igreja Matriz centenária: construída originalmente toda em estilo neoclássico no século XIX. Ela é um dos principais monumentos históricos da cidade e representa a fé católica dos seus habitantes, como a casa sobre a rocha: “E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16,18)

- A imagem de Nossa Senhora de Nazaré: é a padroeira da cidade e da freguesia de Manacapuru. Nós a veneramos e celebramos essa devoção pela Mãe de Jesus Cristo levando a sua imagem em procissão todos os anos no ultimo domingo de outubro, dia da festa da padroeira onde toda a paroquia pede a Virgem Maria, intercessão pelas necessidades do povo de Manacapuru - (João 2,1-12) Por isso a Imagem se agiganta por sobre as casas.

- As casas populares do início da história: o desenho traz construções típicas da época da fundação da cidade, taperas feitas de madeira e cobertas de palha ou telhas. Elas refletem a simplicidade e a cultura dos primeiros habitantes de Manacapuru, que eram em sua maioria índios da etnia Mura. São ninhos de passarinhos, que acolhem com aconchego o Filho do homem, como presépios para que ele recline a cabeça. (Lucas 9,58)

- A seringueira e a castanheira: são árvores nativas da Amazônia, que tiveram grande importância econômica e ecológica para a região. A seringueira produz o látex, matéria-prima da borracha, que foi um dos principais produtos de exportação da economia de Manacapuru no século XIX e início do século XX época conhecida como “tempos áureos da borracha”. A Castanheira produz a castanha da Amazônia , um fruto rico em nutrientes e muito apreciado na culinária local. Muito importante para a economia local, como a seringueira formavam grandes áreas de seringais e castanhais onde famílias inteiras garantiam seu sustento como os seringueiros e os quebradores de castanha, nativos que formaram os primórdios da Igreja local. Eles viviam uma plena comunhão e harmonia com a criação “projeto de amor de Deus para a humanidade. […] A natureza não é apenas um bem que podemos explorar sem limites, mas é um dom do qual somos responsáveis, e que devemos transmitir às gerações futuras.” (Laudato Si’, 67)

- A cruz Redentorista: tendo o formato em perspectiva a cruz do desenho faz parte do símbolo da congregação dos Missionários Redentoristas, que chegaram em Manacapuru em 1943 e foram responsáveis pela evangelização e pela assistência social da população. Desde então têm trabalhado para estabelecer e fortalecer a Igreja Católica na região. Os missionários redentoristas desempenharam um papel importante na formação da Igreja Católica em Manacapuru. A cruz tem as letras CSSR, que significam Congregatio Sanctissimi Redemptoris (Congregação do Santíssimo Redentor). A Cruz é sinal de Redenção, de Vitória da Vida sobre a morte, é símbolo do Amor maior. Ela nos lembra o Amor Deus ao mundo, no qual Amou de tal maneira que deu o seu Filho unigênito.” (João 3,16) A  Congregação dos Missionários Redentoristas ajudou a construir igrejas, escolas e hospitais em nosso município e realizaram missões para evangelizar a população local. Além disso, foram responsáveis por formar muitos padres e líderes religiosos locais, na zona urbana e rural que continuam a servir a comunidade até hoje.

- O Cordeiro Pascal com as gotas de Sangue derramando: é uma representação do sacrifício de Jesus Cristo, que morreu na cruz para salvar a humanidade dos seus pecados. “Este é o meu sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados.” (Mateus 26,28) no coração com sangue derramando nos lembra a congregação das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo, que junto com os

Redentoristas nos ajudaram a edificar esta Igreja.

- As irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo: por cima do coração temos as Letras ASC, que são as iniciais dessa Congregação, são uma congregação religiosa feminina, que se dedica à adoração do Sangue de Cristo e à promoção da justiça e da paz. Elas chegaram em Manacapuru em 1958 e trabalham na educação administrando os trabalhos do Colégio N. S. de Nazaré (na Imagem junto a Igreja centenária) , na saúde e na pastoral. As três gotas no Coração lembram o Sangue de Cristo que é o penhor da vida eterna, é a fonte da misericórdia divina, é o sinal da aliança eterna, é a força que purifica as consciências dos atos mortos. (Laudato Si’, 236)


- Faixa de mosaico colorido: Na linha horizontal do meio do Sol temos um mosaico colorido, de onde surgem figuras geométricas harmônicas, que dão ideia de espaços urbanos, moradias, formando um pano de fundo de retalhos da história. Representam a diversidade de dons e carismas, mas um só Espírito. Pois, os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. (I Coríntios 12,4-5).

Aí estão inseridos, pessoas , instituições que também queremos homenagear. Lembrando aqui todas as congregações religiosas que trabalharam em nossa paróquia. Citamos as Irmãs Franciscanas Amaricanas, as Irmãs Doroteias, Os Padres, e os missionários leigos das Missões Estrangeiras. Mas, também nossos missionários e missionárias leigos e leigas filhos das terras de Manacá, que teceram seu pedaço de retalhos neste grande pano de nossa história ( são Helósias, Venâncios, Marias Piedades, Josefas e Dolores, Lineides, Rondons, e tantos e tantas que fizeram e ainda fazem de sua vida uma missão neste chão.


- O Rio Solimões, o Rio Manacapuru e o Rio Miriti: representados nas linhas onduladas abaixo do livro aberto(Bíblia) estão os principais rios que banham a cidade de Manacapuru e que fazem parte da bacia hidrográfica do Amazonas. O Solimões na cor amarelado, o Rio Manacapuru na cor azul escuro e o Rio Miriti em tom de azul mais claro. Eles são fontes de vida, de transporte, de lazer e de pesca para os moradores da região. A água potável e limpa é um direito humano básico, porque é indispensável à vida e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. […] A água desses rios são um bem comum que deve servir ao bem comum de todas as famílias de

Manacapuru .” (Laudato Si’, 30)


- O Altar Canoa da Igreja Matriz: feito de madeira em forma de canoa, é o Altar da Igreja matriz de Nossa Senhora de Nazaré. Ele simboliza a cultura ribeirinha, a devoção dos fiéis à padroeira da cidade. É símbolo da boa Nova que percorre os confins das estradas fluviais da área da Paróquia pelos seus missionários. “A cultura popular é um tesouro de sabedoria e valores. […] A cultura é mais do que bens culturais e serviços; é um modo de vida, um conjunto de valores e significados que são transmitidos através das gerações e que dão sentido à existência.” (Laudato Si’, 143)


- A Bíblia: é o livro sagrado da Igreja Cristã, que contém a palavra de Deus revelada aos homens através dos profetas, dos apóstolos e de Jesus Cristo. Ela é a fonte de fé, de esperança e de amor para os que creem em Deus. “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu Filho” (Heb 1, 1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai, (CI 65) que foi anunciada aos nossos pais e avos e congregou nossos antepassados ao redor desta Palavra para formar a Igreja nas terras de Manacapuru. O livro aberto faz memória dos inúmeros catequistas, ministros da palavra que muitas vezes foram alfabetizados lendo a bíblia cumprindo então a palavra que diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir na justiça.” (2 Timóteo 3,16)


- A rede de pesca e os peixes: são elementos que representam a atividade pesqueira, que é uma das principais fontes de renda e de alimentação dos habitantes de Manacapuru. A rede de pesca também simboliza a missão dos cristãos de serem pescadores de homens, ou seja, de anunciarem o evangelho de Jesus Cristo a todas as pessoas. “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (Mateus 4,19) Os peixes na rede são os frutos da missão da Igreja de Manacapuru.


Os peixes: Na história da Freguesia de N. S. de Nazaré houve uma feitoria de pesca que existia na margem do rio Solimões, pouco abaixo da foz do rio Manacapuru, no final do século XVIII. Era responsável pelo abastecimento de peixes para a guarnição militar de Barcelos, que era a sede da Capitania do Amazonas antes de Manaus.

O peixe é um recurso natural abundante na região de Manacapuru e é uma importante fonte de alimento e renda para a população local. A pesca é uma das principais atividades econômicas da região e é responsável por fornecer empregos e sustento para muitas famílias.

A imagem do peixe para o povo ribeirinho é sacramental, é mística, lembra a história de Jesus alimentando seus discípulos com peixe assado no beiradão após sua ressurreição (João 21,1-14). Ao remeter a esta história o desenho nos faz refletir sobre a generosidade de Deus, o peixe é um símbolo da abundância e do espirito generoso dos caboclos que se fazem devotos da partilha. 


Manoel Nerys

Artista Sacro, nas Artes visuais, Músico, Cantor, Compositor, Designer Gráfico.

Ministro Extraordinário da Palavra - Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro-Biribiri, Paróquia Nossa Senhora de Nazaré _Mancapuru - Diocese de Coari-AM.

sábado, 9 de dezembro de 2023

DONA HELÓSIA A 1ª MISSIONARIA DO BIRIBIRI † 02. 12. 2023


Em homenagem à memória de Helósia da Costa Pinheiro que fez sua pascoa no dia 02 de dezembro de 2023, gostaríamos de compartilhar algumas palavras que possam confortar aqueles que a amavam e sentem sua falta.

A morte de um ente querido é sempre difícil, mas é importante lembrar que o amor e as memórias que compartilhamos com essa pessoa nunca morrem. Dona Helósia vive em nossas lembranças e em nossos corações, e é lá que ela permanecerá para sempre.

Helósia da Costa Pinheiro foi uma pessoa muito especial, que tocou a vida de muitas pessoas com sua bondade, sabedoria, simplicidade e amor. Ela foi a grande líder matriarcal na história da comunidade, juntamente com seu esposo José Tomas. Ela fundou nossa Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Biribiri. Foi muito ativa e atuante em diversas atividades pastorais da igreja. Participou do apostolado da oração e da Legião de Maria. Ela também foi uma grande incentivadora da Infância Missionária e do clube de jovens, no qual o grupo JUCRIS teve início com sua presença animadora. Iniciou os círculos bíblicos ainda quando não havia uma capela, mas somente caminhos e casas simples. Ela foi uma grande catequista e sempre teve um grande apreço pela palavra de Deus.

Foram muitas gerações de catequizados por ela. E ficou marcado na memoria de todos aqueles que passaram por sua sala sagrada de catequese na infância e adolescência. Éramos catequisados pela sua voz rouca, de densidade baixa, que ficou fazendo eco até hoje em nossa mente e coração. Além disso todo aquele ambiente de casa simples, e cheiro de pão, aquela mesa com a bíblia aberta, uma chama acesa consumindo uma vela, que não se findava, com uma cruz feita de madeira, de cor creme com o crucifixo em negrito parecíamos estar diante de um altar celestial. Aquele ambiente com a sua presença era tão sagrado quanto estar na capela da Igreja. E ao final do encontro catequético tinha de vez em quando uma guloseima de sua culinária caseira: broas, pães e canudinhos, eram o nosso maná, distribuídos por ela.

Os círculos bíblicos eram uma parte importante da vida religiosa de Dona Helósia. Ela iniciou os círculos bíblicos ainda quando não havia uma capela, mas somente caminhos e casas simples, sem energia elétrica, à luz de lamparinas realizava as novenas de natal. Eles eram uma oportunidade para as pessoas se reunirem e estudarem a Bíblia juntas, compartilhando suas ideias e aprendendo uns com os outros. Dona Helósia era de uma mística missionária ímpar. Ela acreditava que os círculos bíblicos eram uma maneira importante de crescer em sua fé e de se conectar com outras pessoas que compartilhavam sua paixão pelas coisas de Deus.

A devoção de Dona Helósia a Nossa Senhora era notável. Ela sempre foi uma grande defensora da fé e da devoção a Maria. Sua devoção a Nossa Senhora era uma fonte de inspiração para muitos e uma demonstração de sua profunda fé e amor a Deus.

Embora ela não esteja mais conosco, seu legado e memória viverão para sempre em nossos corações. Que a família e os amigos de Dona Helósia encontrem conforto e paz em suas memórias e no amor que ela compartilhou com eles. Que eles possam encontrar força e esperança em saber que ela está desfrutando da gloria da vida eterna em Deus, livre de dor e sofrimentos.

Cuias de gratidão,

Manoel Nerys


 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Advento: Vigilância, profecia, alegria e anúncio



Arte Sacra Advento de Manoel Nerys 






 O Advento é um tempo de preparação e expectativa para o Natal, a celebração do nascimento de Jesus Cristo. O Advento também nos lembra da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos, quando Ele virá em glória para julgar os vivos e os mortos. O Advento tem origem na palavra latina adventus, que significa "chegada" ou "vinda". O Advento começou como uma prática cristã no século V, quando São Perpétuo, bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias antes do Natal. No século IX, o Advento foi reduzido a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I aos búlgaros¹. O Advento é marcado por símbolos como a coroa do Advento, que tem quatro velas que representam as quatro semanas e a luz de Cristo; o calendário do Advento, que tem 24 janelas que se abrem a cada dia até o Natal, revelando imagens ou mensagens relacionadas à história do nascimento de Jesus; e as cores litúrgicas do Advento, que são o roxo, que simboliza a penitência e a conversão, e o rosa, que simboliza a alegria do terceiro domingo do Advento, chamado de Gaudete. O Advento é um tempo de oração, reflexão, arrependimento e esperança, em que os cristãos se preparam para receber o Salvador em seus corações e em suas vidas. 

Manoel Nerys
Artista Sacro



Referências 
(1) ADVENTO: ORIGEM, SIGNIFICADO, SÍMBOLOS - Nossa Sagrada Família. https://www.nossasagradafamilia.com.br/blog-da-familia/advento-origem-significado-simbolos.
(2) ADVENTO: ORIGEM, SIGNIFICADO, SÍMBOLOS - Nossa Sagrada Família. https://www.nossasagradafamilia.com.br/blog-da-familia/advento-origem-significado-simbolos.
(3) Advento: significado e origem | Arquidiocese de Campo Grande. https://arquidiocesedecampogrande.org.br/advento-significado-e-origem/.
(4) Advento: o que é e qual o significado para os cristãos. https://www.significados.com.br/advento/.
(5) . https://bing.com/search?q=origem+do+Advento+para+o+cristianismo.
(6) undefined. https://gaudiumpress.org/content/99577-porque-o-advento-significado-origem-comemoracao/.
(7) undefined. https://xaverianos.org.br/noticias-e-artigos/teologia/674-a-historia-do-advento.

sábado, 18 de novembro de 2023

LOGO DA ASSEMBLEIA DIOCESANA DE PASTORAL DIOCESE DE COARI-AM 2023

 

Logo Assembleia Diocesana de Pastoral da Diocese de Coari AM.

A ilustração da Arte da Assembleia Diocesana de Pastoral da Diocese de Coari AM, 2023, foi inspirada num estilo de arte sacra que valoriza o uso de linhas essenciais para dar forma a imagem difundida pelo grande artista Sacro Cláudio Pastor. 

A figura com barba e cabelos longos, vestindo uma túnica e com braços envolvendo o grupo de pessoas reunidas, traz a imagem do corpo místico de Cristo que é a Igreja (1Cor 12, 12-27); 

A árvore, representa a vocação a vida cristã, evidenciando o Tema da Assembleia 2023. e a vivência  dos sacramentos, nesta Igreja Sinodal. A árvore é símbolo da vida, da criação e da diversidade, e o pássaro representa o Espirito Santo derramando os Dons e Carismas sobre a Igreja reunida. a liberdade, a alegria e a missão. A figura também segura um livro com uma cruz, que indica a Palavra de Deus e a fé cristã. O fundo amarelo sugere a luz, a esperança e a ressurreição. A silhueta da cidade no canto inferior direito mostra o contexto urbano onde a Igreja está inserida e chamada a evangelizar. O texto no canto superior esquerdo é o tema da Assembleia Diocesana de Pastoral 2023 da Diocese de Coari, que é uma região da Amazônia brasileira. O texto no canto superior direito é o nome do evento e da diocese. A ilustração tem um estilo simples

Os Símbolos dos Sacramentos da Iniciação Cristã

Batismo, Confirmação e Eucaristia são chamados “Sacramentos de Iniciação cristã”, pois introduzem a pessoa numa vida nova (Filho de Deus), com tarefas dentro e fora da Igreja (testemunho de vida), levando-a a perfeita sintonia (comum-união) com Deus e com a Comunidade – Igreja, Povo de Deus.

Daniel 4,19

[19]esta árvore, és tu senhor, que te tornaste grande e poderoso, cuja altura crescente atingiu os astros, cuja dominação estende-se até os confins da terra.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

BRASÃO DA DIOCESE DE COARI-AM

 


Descrição Heráldica: Escudo cortado em três partes. Um lado verde com a figura de Sant’Ana, carregando nas suas mãos o livro da Lei de Deus, ensinando Maria Mãe de Jesus ainda mocinha. O segundo lado de azul, com a figura de uma arvore e uma arara de asas abertas. Ao centro a Eucaristia sobre um altar de canoa com dois remos, passados em aspa, um deles carregado das letras grega “IC” em vermelho, e o outro carregado das letras “XC”. A terceira parte traz as cores marrom e creme em faixas onduladas num movimento de ondas de rio. Dois peixes (jaraqui) de prata com as listras nas caudas. Listel com a legenda, em marrom escuro, “Diocese de Coari”. O todo é encimado por uma mitra de ornada de ouro, forrada de vermelho, com suas ínfulas pendentes que trazem em cada lado o monograma XP com as letras grega alfa (A) e ômega (Ω) de vermelho e ouro. Na borda da Mitra e centro traz arabescos de grafismo indígena em ouro e no campo branco da mitra tem 7 canoas acompanhadas de um remo. Escudo brocante sobre uma cruz processional de madeira roliça e um báculo do mesmo com três folhas de broto, passados em aspa.

Descrição Simbólica:

A imagem da Padroeira da diocese Sant’Ana ensinando nossa Maria, a Santíssima Mãe de Deus é uma prece para que ela nos ensine também a seguir sempre com zelo os preceitos do nosso Deus. O fundo verde, simboliza a natureza, toda a beleza da criação de Deus. É cor da natureza viva, é uma referência ao crescimento, à renovação e à plenitude. O verde nos lembra a virtude da esperança, o valor da liberdade. A Igreja Diocesana é Amazônica, revestida de esperança em Cristo, como diz São Pedro: "Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia ele nos fez renascer pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança," (1Pd 1, 3)

O fundo azul reafirma o simbolismo Mariano, na qual grande número das paróquias atuais trazem como padroeira um título de Nossa Senhora. A arvore e a arara, no campo azul nos dizem: Tudo está interligado na vida da diocese, a ação pastoral da desta diocese é assumida geopoliticamente: (geo) no cuidado com a Criação (política), no cuidado com os bens da Casa Comum representados pela árvore - flora e a arara – animal da fauna amazônica. Esse compromisso é bem claro nos documentos históricos da Diocese. A Igreja Diocesana chegará mais longe sempre tecendo os caminhos do bem viver e do bem conviver com os outros e também com os bens da criação. A árvore sinal da flora amazônica é uma figura representativa do ciclo da Vida da Igreja semeada nas terras dessa parte do médio Amazonas, pelos primeiros missionários que aqui passaram semeando o Evangelho, que brotou e cresceu se tornando uma frondosa arvore fonte de vida, esperança e fé no coração do povo Amazonense.

Ao centro a Eucaristia sobre um altar de canoa com dois remos, indicando a centralidade da nossa fé que é marcadamente Cristocêntrica. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória. (Cl 3,4) A Diocese é a casa do Pão Eucarístico.

Os remos passados em aspa, carregam as letras gregas “IC” em vermelho, e o outro com “XC”. Na iconografia ortodoxa grega, assim como na iconografia cristã inicial, a posição da mão que abençoa forma as letras IC XC, uma abreviatura das palavras gregas Jesus (IHCOYC) Cristo (XPITOC) que inclui a primeira e a última letra de cada palavra. "O altar canoa e os remos sobre a água, simbolizam a fé celebrada nas comunidades encharcadas da força determinante dos rios, que na enchente inundam cidades inteiras no território da nossa Diocese, onde o Sacrifício Pascal de Cristo se une no altar inundado, aos sacrifícios da vida do povo ribeirinho, trabalhadores incansáveis que, em um período que corresponde a meses, utilizam-se deste meio de transporte para o seu ir e vir, no celebrar e no labutar.

Nas cores marrom e creme as faixas onduladas que dão sentido de movimento de ondas de rio. Representam os nossos caudalosos rios da nossa bacia amazônica, que trazem esses tons barrento, como o grande Solimões e os rios escuros cor de café fonte de sustento para toda população de nossa Diocese. A cor marrom, nos remete aos barrancos, e ainda o chão, Solo, nosso chão de missão a qual fomos chamados a assumir o anúncio do Evangelho, a boa Nova semeada no chão da Diocese, para que vivam com liberdade e dignidade todos os filhos deste chão sagrado. Cristo aponta para a Amazônia (cf. Paulo VI, Mensagem aos peregrinos de Belém do Pará, 10.10.1971). Ele liberta todos do pecado e outorga a dignidade dos Filhos de Deus. A escuta da Amazônia, no espírito próprio do discípulo e à luz da Palavra de Deus e da Tradição, nos conduz a uma profunda conversão dos nossos planos e estruturas a Cristo e ao seu Evangelho.

Os Dois peixes jaraqui de prata com as listras nas caudas. Os peixes, são de uma riqueza abundante nas águas dos nossos rios, e o jaraqui é uma espécie icônica da região. E aqui no brasão ele expressa a frase: Iesus Christus Theou Yicus Soter, que em português significa “Jesus Cristo, de Deus o Filho Salvador”. E se pegarmos algumas letras formaremos a palavra ICHTHYUS que significa peixe. A união de dois arcos, forma a imagem de um peixe estilizado e representa nossa irmandade, irmãos na fé. O peixe está para a mesa do caboclo, assim como o pão está para a mesa dos povos da bíblia. Também evocam nossas práticas de caridade pela partilha oferecida quando se faz uma pesca abundante. "Tua caridade me trouxe grande alegria e conforto, porque os corações dos santos encontraram alívio por teu intermédio, irmão." (Filêmon 1,7).

A mitra ornada de ouro, com suas ínfulas pendentes trazem em cada lado o monograma XP com as letras grega alfa (A) e ômega (Ω) de vermelho e ouro. No caso do monograma Χρ, trata-se de duas letras do alfabeto grego que representam as iniciais do nome de Cristo em grego (Χριστός). É, portanto, o monograma de Cristo. A borda da Mitra e o centro trazem arabescos de grafismo indígena em ouro que lembram a riqueza simbólica herdada dos povos tradicionais que formaram a identidade cultural da população desta região. No campo branco da mitra tem 7 canoas acompanhadas de um remo que representam os 7 municípios que correspondem ao território da diocese de Coari. a Cruz e o Báculo, símbolos característicos de uma Diocese, fazem parte da composição de um brasão diocesano, conforme as regras da heráldica.

Escudo brocante sobre uma cruz processional de madeira roliça ressalta que nossa diocese tem um rosto simples de pessoas humildes, caboclos ribeirinhos que não se identificam com objetos sacros muitos luxuosos. Nossa riqueza está na nossa humildade e capacidade de viver a alegria do evangelho nas coisas simples. Por isso a opção por símbolos feitos de madeira como os encontrados nas igrejas de nossa Diocese. O báculo do mesmo, com três folhas de broto, lembram os três pilares da nossa doutrina católica, assumidas pela catequese do nosso episcopado ao longo de nossa história: a Bíblia, a Tradição e o Magistério da Igreja. 


Autor Manoel Nerys


BIOGRAFIA, VIDA E OBRA DE MANOEL NERYS DE ALMEIDA

VIDA E OBRA DE MANOEL NERYS DE ALMEIDA    Origem No dia 24 de maio do ano 1976, nasce Manoel Nerys de Almeida, no município de Tapauá no Rio...